Tenho pensado alguma coisa (não posso dizer bastante, mas alguma coisa) sobre este blog. Como começou, como prosseguiu, como se foi transformando e, finalmente, como, de alguma forma, foi esmorecendo. Falta de tempo, falta de disponibilidade, falta de tema, enfim uma série de “faltas” que causaram uma certa distância entre autor(es) e blog.
E, no entanto, a maior falta *para mim*, foi a falta de interesse motivada pelo virar deste blog para o caminho dessa palavra execrável: institucional. Eu detesto blogs institucionais, não têm qualquer graça. Podem ter interesse, podem ser muitíssimo informativos e úteis, mas (repito, para mim e sempre na perspectiva de autora, como é evidente) não me servem de todo. O facto de se andar sempre à procura de uma coisa interessante ou útil para postar, tira-lhe(me) a espontaneidade, que é o que me faz correr, por assim dizer. Lembrar-me de qualquer coisa, que até pode ter interesse ou não, para os leitores, mas que tem imenso para mim, mesmo que seja absolutamente momentâneo e passado meia hora já nem me lembre, isso é que me faz vontade de escrever posts. E, claro, quando se escreve com vontade e não como frete (e a quantidade de posts-seca-frete-quase-obrigação que já coloquei aqui é, sinceramente, demasiado alta para o meu gosto) escreve-se com muito mais inspiração, graça, piada, gosto, entusiasmo, etc etc, coisa que o leitor acaba por sentir.
Se eu escrever
“No dia tal há um evento no sítio assim e assado que julgo que irão achar muito interessante”
é informativo, serve a sua missão e é uma grande seca de post para quem o escreve.
Mas se eu escrever
“Eia, com caneco! Então não é que me contaram agora mesmo que fulano de tal vai fazer um evento naquele sim muita feio e horrível, cheio de lag, mas epá, tiro já os prims todos e estou lá caída que não posso perder aquilo nem que crashe cinquenta vezes e até consigo ignorar aquela paisagem de vómito!”
é pessoal e intransmissível (e provavelmente, atrás do meu entusiasmo, ainda arrasto algumas pessoas que, de outra forma não iriam), mas principalmente, é post que se nota que deu gozo escrever.
E, não obstante a quantidade de blogs portugueses sobre o SL, bons ou maus ou sempre actualizados ou bastante informativos ou completamente personalizados ou parados ou chatos, a verdade é que eu (puxando dos galões da antiguidade ser um post) ando nisto da blogsfera há mais tempo. E, para mim, já tenho tanta escrita e tão variada nestes anos todos que, ou me serve um blog que me dê gozo, ou abro outro sobre outra coisa qualquer, que tenho mais que fazer e estou-me positivamente nas tintas para o facto de aquele blog que é meu e é chatíssimo para mim, ser institucional, iadaiada.
Isto tudo para dizer que eu gosto muito deste blog. Muito mesmo. Mas, a partir de uma certa altura e claro, isso acontece sempre, de alguma forma dirigida pelas expectativas de quem lê, isto passou a ser uma obrigação e um grande pincel. E foi morrendo aos poucos, até aquela rapaziada prolixa ali daquele famoso post que dizendo bem de uma coisa no SL, provocou um pé de vento que ainda não consegui ler até ao fim, de alguma forma abanou a coisa e deu vontade de voltar cá.
Mas de outra forma. Como me(nos) apetecer. Não imaginam a quantidade de posts que estão em draft a serem limados; para ficarem melhor. Ora isso está muito bem, mas para quê? Mais vale colocá-los mesmo como estão, porque um blog é, antes de mais, um espelho daqueles que ali escrevem e se não estiver perfeito, também não vem grande mal ao mundo. E, acima de tudo, um blog tem que ser alimentado e continuado, para ter ritmo e entusiasmo de todos os participantes, autores e leitores.
Portanto, no que a mim respeita, vou andar mais por aqui. Com imensa coisa que pode não ter lugar num blog institucional, esse tal onde eu não quero participar. Com coisas leves, com dicas ou pensamentos ou coisas que achamos piada, com péssimas fotografias minhas e excelentes de outros autores, com polémicas acesas, que aqui ninguém tem medo de ficar com menos “boa imagem”, com assuntos menos politicamente correctos, com o que nos apetecer. Excepto aquilo que sabemos e que não podemos postar, claro, e aí, meus amigos, é que o blog seria de estoiro, mas paciência. 😀
Não temos que provar nada a ninguém. Eu é que me tinha esquecido disso, por uns instantes. 🙂