(que este blog é meu e estou farta de o ver parado e de o saber institucionalizado)
Quem ler centenas de tralhas por aí fora sobre o SL em português, dificilmente não sente uma vontade quase irreprimível de vomitar, tal é a coisada delico-adolescento-doce que se vai encontrando, em posts e, principalmente, nos comentos.
Um verdadeiro enjoo de elogios mútuos, de beijinhos repenicados e muito abracinho, muito oh-meu-Deus-descobri-agora-mesmo-a-alma-gêmea/o-amigo-para-vida/
a-pessoa-que-realmente-me-compreende, como se até aí a vida não tivesse tido também uma boa dose de gente assim (ou então é tudo gente mesmo disfuncional, coisa que, apesar de tudo, me recuso a aceitar), que em certa altura é a criatura sem a qual não se passa e que depois, passado um tempo, merece, quando muito, um cartão de natal.
É a vida, meus amigos, nada de extraordinário, essas fases de descoberta, ali para os lados da pré-adolescência.
Palavra que fico absolutamente varada ao ver adultos normais, criaturas aparentemente equilibradas, na beijoca lambida escrita, nas juras de amizade eterna com corações muito muito cor de rosa, num não acabar de frases e ideias feitas do género do “obrigada por existires” e afins; custa a acreditar.
Pergunto-me eu, daqui a uns tempos, quantas destas pessoas ainda se vão lembrar umas das outras?
Realmente sou mesmo anti-social, ainda mais no virtual e conto pelos dedos de uma mão as pessoas que realmente me interessam no SL. E acho, mesmo assim, que são muitas e já foi uma sorte, vá, algumas já conhecia antes, portanto foi mais aproveitar outra forma de comunicar. Mas não preciso, nem elas, de lhes jurar amizade eterna, nem de lhes agradecer existirem, nem abracinhar-me toda.
Cambada de gente lambida e carente.