Não falo por nós, mas conheço-os suficientemente bem para saber que partilharão comigo isto, este “estamos nisto juntos porque queremos estar perto uns dos outros e ter um espaço nosso” e que, em maior ou menor medida, sentem o mesmo que eu, esta sensação estranhamente feliz de inaugurar oficialmente o nosso sítio.
O nosso sim não é só um espaço virtual, uma ilha no SL, um pedaço de servidor. É uma ideia, um sonho, uma loucura até; quem diria que, em sete meses, iríamos ter um sim nosso. É um motivo de orgulho, claro, a ilha está muito bonita, mas isso de ser nosso é que é importante. Não é esse nosso da propriedade, é um nosso de gente que, de repente, escreve letras de músicas portuguesas, de Xutos e Resistências, que canta lá atrás do monitor em voz alta, que desata a rir, que, quando se junta fala e conversa em público: é nosso porque somos amigos. É uma boa onda tremenda, essa que em tempos o Gath Forager dizia que lhe fazia lembrar o Cheers: “where everybody knows your name”. É uma onda que abraça as coisas boas que fomos vivendo nestes meses que são muito muito longos (quem é blogger sabe que o tempo na bogsfera tem outro ritmo, mas quem não está no SL, não imagina que esse ritmo possa ser ainda muito maior, potenciado pela intensidade da “coisa”). A inauguração foi no Caneco, local que renasce agora noutras mãos, mas que nos lembra que quem primeiro se lembrou de uma comunidade portuguesa foi um tipo agora desaparecido, o Hank Wade: no dia 8 de Dezembro de 2006, a primeira festa dos portugueses foi num telhado. O Hank depois abriu o Caneco, onde passamos umas noites giras; e um dia desapareceu. O SL é volátil, até nas pessoas, mas nunca me esqueço de algumas delas.
A nossa ilha é uma ideia de comunidade de amigos e gente boa onda, de nos divertirmos um bocado, de estarmos mais perto uns dos outros (com todos os TP’s que existem, nada se compara a voar ou ir a pé a casa do amigo do lado), de divulgarmos algumas coisas, de apoiarmos outras. Uma espécie de carolice conjunta, o que sabe muito bem quando se concretizam sonhos. Todos nós fomos newbies e, pelo menos eu, senti-me muito apoiada pelos meus amigos no início e por outras pessoas que foram aparecendo. Se lá não tivessem estado, se não tivessemos andado por ali mais ou menos juntos, se calhar agora não estava lá. De uma certa forma, a minha onda é muito essa: continuar com as pessoas de quem gosto e estender uma mão simpática a quem chega de novo.