Na passada quinta feira, assisti a uma conferência absolutamente espantosa na Ilha da Universidade de Aveiro.
O tema e a razão deste evento, aqui explicado:
Nessa segunda tentativa, acabou por não acontecer como estava previsto, já que o stream de media não funcionou e decidiu-se que seria por áudio. O PalUP lá debitou a sua matéria de viva voz (cujo timbre foi também matéria de análise e conclusão unânime por parte do público feminino) e seguiu-se uma parte de perguntas e respostas. ´
É foi essa parte que me pareceu verdadeiramente espantosa. Numa realidade em que estamos habituados a comunicar através de texto, escrever uma pergunta e ouvir a voz de uma pessoa responder, é uma sensação bastante estranha. Muito giro e também muito curioso; a minha conclusão (opinião) é a seguinte:
Contrariamente ao texto, a voz é nua. O texto é pensado, escrito e editado as vezes que forem precisas; até um LOL pode ser pensado e decidido pelo autor que quer mostrar que se está a rir. Os silêncios tanto podem ser por apetecer ficar quieto, como por se ter ido à cozinha buscar um iogurte, ou a net se ter bloqueado; ou outra desculpa qualquer.
A voz não. A voz está ali e está presente. Claro que o dono da voz pode sempre dizer “vou ali à cozinha buscar um iogurte” mas estando lá, apresenta todas as nuances (incluindo as mais expontâneas): ri-se, hesita, pára, cala-se para pensar, diz ahn e hum e er e, misturada no meio de todo aquele texto de public chat, fica extremamente exposta.
Eu, que até sou uma defensora absoluta do modo-texto como forma de comunicação alternativa que me parece enriquecer essa comunicação enormemente (porque o texto é outra linguagem), achei que o PalUP tinha adquirido uma dimensão menos avatariada. Lá está: neste contexto, a alternativa é a voz. E é assim que vejo a introdução de voz no Second Life: como a alternativa ao texto e não o oposto.