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GETA interview – Moire Georgette

A Moire Georgette é uma residente do SL quase com a mesma idade que eu. Temos uma diferença de poucos dias. Lembro-me de falar com ela a primeira vez, ainda ambas newbies, sobre uns óculos que ela usava. Recordo-me de ler o primeiro blog que a Moire criou sobre moda no SL intitulado Moire’s armoire. E lembro-me de ficar felícissima quando a vi a abrir a sua primeira loja sob a marca bossa nova. Sempre tive uma admiração silenciosa por todo o trabalho que vejo a Moire desenvolver no SL. A bossa nova é uma loja que vende criações retro e onde poderão encontrar desde bikinis, a fatos, vestidos de noite, bikinis e, recentemente, lingerie.
Todas as fotografias deste post são da Moire e encontram-se na sua galeria flickr.


1 – Como descobriu o Second Life e o que o motivou a criar uma conta?
No fim de 2006, a Eva e Franco Mattes, do 0100101110101101.org, estavam lançando a sua primeira exposição no SL e na RL, “13 Most Beautiful Avatars”. Fiquei curiosa e entrei. Na época eu já tinha ouvido falar, de longe, nesse “jogo”, mas achava que era muito nerd até para os meus padrões :), mas a possibilidade de usar um jogo, um mundo virtual como veículo para arte parecia muito, muito bacana.

2 – Muitas pessoas desistem do Second Life na primeira semana ou no primeiro mês pelos motivos mais variados sendo que o mais comum é não se saberem orientar. O que determinou a sua permanência no SL durante todo este tempo e o que o motiva a voltar dia após dia?
Eu aprendo bem rápido, não demorei pra “pegar” o SL, entender como as coisas funcionavam aqui (se bem que em alguns pontos, eu estava bem perdida… por exemplo, demorei bem umas duas semanas pra entender o que era uma skin e por que só eu não conseguia ter um avatar bonito :). Como eu disse, estava muito interessada em usar o SL como mídia artística, mas logo desencanei disso. Raras exceções, o pessoal parece que só tenta reproduzir a arte da vida real, quando esse mundo é tão cheio de possibilidades. Pelamordedeus, você pode VOAR! Construir estruturas no céu! Tanta coisa que se pode fazer aqui, e você vai se restringir a imitar a RL? Por favor…
No entanto, depois de pouco tempo, eu descobri a moda no SL e a comunidade fashionista. Sempre achei moda, como expressão pessoal, uma coisa fascinante, e aqui no SL você tem muito poucas restrições para se expressar através da aparência (ao contrário dos artistas, os fashionistas não se deixam limitar; vale tudo, de usar fantasia de gatinho para ir às compras até roupas vitorianas para ir ao zoológico). Além do que, todas as roupas me servem aqui :D).
E tem também esse espírito de comunidade, sabe? Apesar do drama e das picuinhas eventuais, o pessoal é muito unido, se ajuda e se apóia. Acho que, mais que tudo, é isso que me mantém voltando para cá a cada dia.

3 – Como ocupa o seu tempo no SL?
Quase sempre que entro, é para trabalhar… estou construindo prim attachments, subindo texturas, atualizando as lojas, tomando conta dos clientes. Gosto bastante de participar dos chats de grupo, principalmente o Designers in Seclusion e o Fashcon Cafe. Quando sobra tempo (ou quando eu estou entediada), gosto de sair por aí explorando e tirando fotos de lugares bacanas. Raramente vou a clubes, mas um dos meus preferidos é o Conscious Lounge, que além de ser um clube para dançar também tem discussões sobre política e temas atuais, gosto muito do pessoal que o freqüenta.

4 – Alguma vez desistiu do SL? (Porquê?)
Voluntariamente… não. Mas nas últimas duas semanas, tive uma série de problemas com meu pc, e por conta de outros problemas pessoais, demorei tempo demais para mandar consertar. Estou com computador e internet agora, mas só vou poder trocar a placa de vídeo na semana que vem, então meu acesso ao SL ainda vai ser limitadíssimo ou nulo pelos próximos dias.
E na verdade me fez tão bem ficar longe que eu pensei, seriamente, em desistir do SL de vez. Com todo o drama, mais as obrigações do trabalho na bossa nova, às vezes o SL era uma enorme fonte de ansiedade e estresse pra mim. Sem contar que eu havia deixado de lado meus outros hobbies; nesse meio tempo sem computador, eu voltei a costurar, a desenhar, tenho até lido mais.
O fato é que o que estava me fazendo mal era o meu comportamento, a minha atitude, não necessariamente o SL. Estou louca pra voltar, agora de uma maneira muito mais saudável.

5 – O que mais lhe agrada mais e menos no Second Life?
O que eu amo no SL, como disse acima, são as possibilidades quase infinitas para criação e expressão, e o espírito de comunidade. O que eu odeio, como todo mundo, imagino, são os benditos bugs. E o drama. Ah, o drama. Mas isso não tem como consertar, tem? Não tem como corrigir os bugs da natureza humana 🙂

6 – Descreva-nos o seu percurso no Second Life.
Meu percurso deve ter sido parecido com o de todo mundo. Começa como newbie confusa, começa a entender as coisas, faz amigos, encontra seu próprio círculo social, aprende mais e mais, faz mais amigos, etc etc. Se teve algo diferente, foi que em março de 2007 eu me tornei uma designer, e fui muito bem aceita pela comunidade fashionista. Mas de resto, Moire Georgette é só um punhado de pixels, como todo mundo :).

7 – Relate-nos um episódo ou episódios caricatos que lhe tenham acontecido no Second Life.
Acho que já aconteceu com todo mundo, pelo menos uma vez (comigo foram várias, por que eu sou lesada :P): tentar vestir, digamos, sapatos em algum lugar público, arrastando a pasta com o item pra si, em vez de “add to outfit”, e acabar pelada. BEM pelada. Careca, pelada, mas com um par de botas lindo…

8 – O que é, para si, o Second Life: um jogo, um metaverso, um mundo virtual?
Metaverso é uma boa definição, mas talvez meio exagerada para o SL. Eu o considero uma mídia nova, só mais um meio para a comunicação entre as pessoas, com recursos que nenhuma outra mídia tem.

9 – Alguma vez teve problemas relacionados com a plataforma? Se sim, como o reportou e qual a sua opinião do feedback por parte da Linden Labs?
Quer dizer, além dos bugs usuais, por que todo mundo passa (cabelo e sapatos na bunda, por exemplo… o pessoal do LL tem uns fetiches muito esquisitos)? Bom, já faz alguns meses que eu não consigo mandar notices para o meu próprio grupo. Mas não posso dar minha opinião sobre o feedback do LL, já que não tive nenhum retorno…

10 – O que mudaria no Second Life?
Eu ficaria feliz com uma plataforma mais estável. Sem cabelo na bunda, se possível.

11 – De todas as possibilidades oferecidas pela plataforma e pela Linden Labs, conhece e utiliza todas as
funcionalidades disponíveis?

Sei construir e escrever scripts… mais ou menos, bem mais pra menos, na verdade. Gosto mesmo é de trabalhar com texturas. Apesar de eu ter dito no começo que achava babaca como o pessoal das artes não explorava as possibilidades da plataforma, a verdade é que eu também não. Não sou uma pessoa muito técnica. Estou aqui pelo social, mais que tudo.

12 – Quais são os seus projectos actuais e futuros no Second Life?
Estou desenvolvendo uma nova linha de roupas/ acessórios. A bossa nova é legal, mas um pouco limitante, eu preciso de mais para dar vazão à minha criatividade. Quero construir uma nova loja também, talvez para o mês que vem. E em algum momento, quero comprar um sim e construir algo bacana, memorável, um lugar onde as pessoas gostem de ir para explorar e socializar. Mas não é pra tão cedo.

13 – Daqui a 5 anos, o que será o Second Life? Consegue projectar a carreira do seu avatar nesse médio
prazo?

Cinco anos? Caramba, eu não sei nem o que vou comer no jantar, como vou prever onde a Moire e o Second Life vão estar daqui a cinco anos? Passo 🙂

14 – Tem alguma sugestão de alguém que gostaria de ver entrevistado neste espaço?
Não consigo pensar em nenhum falante de português que já não tenha sido entrevistado. passo também :).

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