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“Amigos do Caneco”

Já sei como é. A bica e o pastel de nata em terra longe da nossa.
Nos primeiros tempos é o encanto do desconhecido, a descoberta. Os passeios, a procura de lugares diferentes daqueles que se conhecem, a graça que se encontra ao fora de vulgar. Em terra longe da nossa, o que encanta é o que se estranha.

Depois bate a solidão. A vontade de ter ali alguém para mostrar, olha ali! Que bonito! Nunca tinha visto tal coisa! o desejo de partilha dos novos locais que agora passam a ser um bocadinho nossos; e não temos ninguém a quem os oferecer. Apetece ter ali mais gente, gente que seja como nós.

E depois bate a saudade. Ah a bica, que saudades de um café verdadeiro, sentado a uma mesa a ouvir uns disparates. Se calhar nem é bem a bica, até podia ser queimada, o pastel de nata da véspera; se calhar são os disparates, a mesa, as pessoas. Vamos sempre ter ao mesmo lado, os desterrados: é a falta das pessoas. Os locais são lindos, mas as pessoas, as pessoas, tá bem, são simpáticas e tudo, mas falta qualquer coisa, falta
– até custa admitir –
um bocado de bairrismo, um bom dia dona Cat Magellan, é o costume? e é à falta “disso” que não nos habituamos tão bem. É tudo bestial, mas falta “isso”.

São assim os tugas abroad. Uns juntam-se no café da esquina, outros na loja onde se compra o jornal português, outros na mercearia que vende latas de atum e alheiras. Não interessa onde estão, acabam por se encontrar e ter gosto naqueles dois dedos de conversa, um pouco vaga, um pouco distante; que não se conhecem bem mas, em comum, têm a terra – lá longe – e esta, que não é a deles, em redor.

Esta conversa toda para apresentar O CANECO.

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O CANECO é um bar numa praia. A praia é linda, tem bóias, uma jangada, tem até um tubarão convencido que é um golfinho, já que só sabe dar cambalhotas. O bar é giríssimo, tem uma música bestial e dança-se muito (pelo menos, dança quem consegue clicar com o botão do lado direito do rato numa bola que diz “dance”, fazer “touch” com o rato e aceitar o script de animação do avatar; coisa que, aparentemente, é complicada demais para suecos, mas os portugueses lá se vão safando; podemos não saber desenhar móveis baratos que parecem caros, mas danças é connosco).

O CANECO pertence ao organizador da festa Tuga, Hank Wade e à Aral Levit. Abriram-no depois do sucesso da festa e tem sido o sítio onde passam todos os tugas, todas as noites. Onde dançam, conversam, onde se divertem e se riem imenso. E chama-se O CANECO porque o amabilíssimo Hank Wade assim o baptizou, graças a uma criatura que, depois de contribuir com a palavra para a cultura da blogsfera portuguesa, a levou para a festa dos Tugas no SL.

CANECO! O bar chama-se O CANECO, por causa de minzinha da silva! Já deixei a minha marca no mundo (*) e se isto não é melhor que plantar uma árvore, vou ali e já venho!

Obrigada, Hank Wade. Um gajo, caneco, até se emociona com isso. Caneco…

(*) e se o mundo é virtual, o que importa isso? Que fazeis vós aqui, leitores de letrinhas virtuais?

Cat Magellan