Fazendo-me convidada para o encontro de ontem publicitado no blog Na Praia lá fui eu assistir e participar na conversa sob o tema “será que temos comportamentos sociais assim tão diferentes na RL e na SL?“, organizado pelo Carlos Santos.
Cheguei adiantada e verifiquei imediatamente que falta uma indicação no elevador; fica aqui o esclarecimento para quem precisar da próxima vez: o bar é no segundo andar. Ao longo da noite, ia-me rindo com o elevador para cima e para baixo e as pessoas acabarem por chegar a voar… 😉
A acta da coisa, creio que o Na Praia depois logo a fará. Conclusões? Que os comportamentos são bastante semelhantes, que transferimos os nossos comportamentos reais para o virtual ou, pelo menos, as pessoas equilibradas e “normais” transferem. O pateta a voar por cima da conversa durante horas obviamente teria um problema de excesso de tempo livre e falta de coisas para fazer…mas os restantes participantes comportaram-se de forma completamente real. Fizeram a proverbial “rodinha” à volta da fogueira (inexistente, mas sempre presente), mantendo alguma distância entre os avies – referiu-se bastante essa necessidade de manter alguma distância – e tudo de pé, já que as mesas não dariam para todas as pessoas. Completamente RL este comportamento. O engraçado é que o estar de pé e algum desconforto visual (temos a mania de sentar os bonecos quando conversamos) parece-me que implica uma certa atitude formal; se estivéssemos todos deitados em toalhas de praia, estou convencida que a conversa seria bastante menos séria.
A aparência física dos avatares também foi tema de conversa. Lancei a bisca que as avataras da UP se preocupam mais com a aparência que as da UA (e os avatares também, aliás). O PalUP deu algumas explicações porreiras sobre esse assunto, que teriam a ver, de alguma forma, com a vertente de estudos. Eu, mais irreverentemente, arrisco outra noção (para além da falta de disponibilidade, como é evidente): a aparência física cuidada é vista como sinónimo de alguma futilidade e maior preocupação com a imagem. Ou por outra: uma rapariga (mais nas senhoras, claro, como são sempre estas coisas) que aparenta preocupar-se com a sua imagem, pode não ser levada a sério intelectualmente. Disparate completo, claro, mas as pessoas vão muito por estes lugares comuns. O que é certo é que, no que à UA diz respeito, há ali um grande trabalho de construção de avies mais compostinhos…até porque, contrariamente à RL, um avatar com ar de newbie um bocadinho escarafunchoso, no SL é que não é levado a sério. 😉
Perdi um grande pedaço da coisa, infelizmente (prioridades RL) mas ainda consegui esclarecer o mistério dos moliceiros. Que não divulgo aqui, claro, sendo uma private joke. Mas tinha graça que a rapaziada da UA contasse a história. No fundo ficaria para a memória da concepção de um espaço, o que me parece relevante.
Uma nota final: as pessoas são umas caixinhas de surpresa muito engraçadas: e lá encontrei o M2life Paravane, o rapaz que está em todas, amigo antigo dos tempos do Caneco. Um intelectual afinal, quem diria. 😉
