opensimulator

OpenSim(ulator)

É tanta coisa que nem sei por onde começar…bom, pelo princípio, mas isto não é um texto técnico nem nada disso, quem quiser pesquisa no google essa parte.

O Opensimulator é um projecto que nasceu da abertura do código do SL (se estiver errada, façam favor de me emendar) e que engloba diversas grids, incluindo algumas que as pessoas correm nos seus próprios servidores e outras públicas, onde se pode comprar parcelas e usar (para quem não faz a mais pálida ideia de como correr um opensim no seu computador). É ler essa página para se ter uma ideia do que já existe e o que ali se passa.

Bom, claro que tínhamos que ir cuscar (ainda mais com este cansaço ésseélico de desmotivação, seca com os crashes, irritação com a história dos trademarks e demais quejandos como a desvalorização dos activos etc e tal) e, embora existam várias grids, um bocado por exclusão de partes (umas porque tinham poucas pessoas, outras porque são de comunidades alemã, francesa, japonesa, etc e outras ainda porque, no meu caso, não gostei da página nem das fotografias), escolhemos a OpenLife Grid. Quem está à frente daquilo é o Sakai Openlife, australiano e a coisa funciona dentro do possível, mais ou menos.

Por partes e a parte mais “como é que se faz?” muito simples. Registo no site, o nome do avatar à escolha, clicamos em avatar toolbox para escolher a região onde se quer entrar como “home” (de outra forma caímos na Welcome Island) e pode-se usar o viewer deles, RealXtend (é o que eu uso) ou o viewer do SL com algumas alterações (mas creio que este último ainda não dá, não sei). Quem tem os viewers antigos, incluindo o WL, é experimentar (eu burra, apaguei-os) porque no Flickr há pics com esse viewer.

E depois, login e siga (eu já devo ter escrito isto há ano e meio, sobre os nossos amigos que aqui não referimos pelo nome).

O que é que acontece? Aterramos na Welcome Island vestidos de Ruth. Todos. Tudo igualzinho, de calças vermelhas e camisola cinzenta, com um avatar de gaja muito feiosa que já conhecemos sobejamente. Alterar isso é um tudo nada diferente do que estamos habituados porque, no Edit Appearance, essa shape, skin e roupa não são modificáveis. No inventário, cria-se um novo item, veste-se e esse pode ser alterado.

E depois? E depois é morrer de tédio, claro, para quem já achava o SL chato. Não há lá nada. Ou melhor, há uma carrada de sims (que volta e meia estão offline), todos a serem construídos do zero. Os prims podem ser usados da mesma forma para construção (e é possivel usar sculpties, que – nada como a necessidade – até eu já ando a dar no Rokuro, que não me sinto preparada para o Maya…), as texturas são uploadas a custo zero (ou melhor, começamos com 10.000 unidades monetárias e cada upload custa 5 u.m.; quando acabarem não sei como é, faz-se um alt, provavelmente) e os scripts, segundo eles, funcionam a 30%. Mas…não há lá nada. Os items de library são meia dúzia de texturas e de scripts que, se não me engano, foram adiconadas muito recentemente. Ou seja, é preciso fazer tudo a partir do nada (e a uploadar texturas atrás de texturas).

As coisas que não funcionam:

Prims atachados aos avies, népias. Nada de cabelos, portanto, são os cabelos newbies e é um pau. Nem um boné, um cinto, uma luzinha na cara, enfim, uma tristeza, essa parte de barbizice. E como não há (que eu tenha visto) caixas de freebies espalhadas (nem sei se já há script para isso), é siga para o photoshop para fazer roupa, cravar tga’s aos amigos ou andar vestido de qualquer coisa que sirva. Vá lá que as skins da Eloh servem e ela não se importa de certeza, é defensora do opensource.

Também não funciona muito bem o teleporte. Avisa que as regiões mais remotas não estão acessíveis e crasha-se no teleporte. O melhor é ir voando (e crashando também), ou alterar o ponto de entrada no avatar toolbox no site. Na Welcome Island não se pode construir nada, mas há uma sandbox mais abaixo e alguns sims têm as permissões abertas.

Então e qual é a piada daquilo? Pois não sei, mas estou viciada. É o espaço, acho eu, todo vazio. São as poucas pessoas que se encontram, tudo cromos com alguma piada (até já lá encontrei um Linden, ah poizé…), mas cada um na sua, não chateiam. São sims atrás de sims todos desertos, só terra e árvores (Linden trees, feias como tudo, mas é o que há). Coisas giras como, pela primeira vez na vida, ouvir streams de música clássica e em mais que um sim. Construções experimentais, coisas esquisitas à brava ali pelo meio. E uma espécie de sentimento colectivo de começar de novo, mal e porcamente talvez, sem grande beleza provavelmente, com tudo ainda muito incipiente, mas que obriga ao esforço de puxar pela imaginação, ler tutorials, aprender e fazer alguma coisa (eu nos sculpties, quem diria…). No fundo, deve ter sido como se sentiram os beta testers do SL antes de ter virado mainstream, institucional e corporativo.

Não digo que o SL é pior, claro que não é. Depois logo hei-de analisar a coisa com mais detalhe, comparativamente.É evidente que o SL ligado à opengrid (daqui a um, dois anos), será, talvez, uma coisa muito gira. Quando se puder guardar o inventário no disco e andar com ele de um lado para o outro, por exemplo (nem sei se alguma vez será possível ou se sequer é equacionada essa hipótese, mas não vejo outra forma). Mas, por agora, isto tem muita piada. Para builders e scripters que não querem ganhar dinheiro, claro, é um paraíso. Para quem só quer estar ali na conversa à volta da fogueira, idem.

E, evidentemente, é muito mais barato…